Fórum Oceano português apresentou palestra sobre economia azul “ESG” na C-PLPEX

Tempo de liberação:2023-10-24
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Sob o título “Pólo Azul: criando oportunidades para a economia azul na era da sustentabilidade”, decorreu na passada sexta-feira, dia 20, uma palestra seguida de uma sessão de oportunidades de negócios entre entidades portuguesas e chinesas. O evento decorreu no âmbito da Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa, que decorreu entre os dias 19 e 22 de Outubro na Cotai Expo. Organizada pela Câmara de Comércio e Indústria Luso Chinesa (CCILC), juntou membros da comunidade portuguesa e de Macau e Ruben Eiras, representante do Fórum Oceano – Cluster do Mar Português, organização sem fins lucrativos que tem por finalidade promover o desenvolvimento de uma economia do Mar sustentável. O anfitrião da ocasião, o jornalista José Carlos Matias, começou por recordar que “Portugal é uma potência emergente na área da economia azul”. Referindo-se ao Fórum “Uma Faixa, uma Rota” que decorreu em Pequim no início da semana passada, quis deixar o comentário que certamente “a Rota da Seda por via marítima ocupa um lugar de destaque” nessas parcerias sino-portuguesas e mundiais.


Dando as boas vindas aos presentes, Carlos Cid Álvares, Director Geral do BNU e presidente do conselho de administração da delegação local da CCILC, recordou a visita recente a Portugal em que acompanhou o Chefe do Executivo, ocasião em que se encontraram também com representantes do Fórum Oceano, cuja iniciativa o impressionou. Lembrando o quanto a China investiu em países na última década, destacou que “este é o momento certo para mostrar o quão bem Portugal está a gerir a questão ambiental e dos oceanos”, mostrando-se “muito satisfeito” que Ruben Eiras tenha vindo a Macau “para falar sobre o que está a fazer em Portugal, e o que pode ser feito na Ásia”.


Justificando a sua dedicação a assuntos da ecologia e economia do mar, desde os tempos da sua primeira licenciatura em Geografia, a um vasto currículo em diversos cargos a nível europeu e nacional associados à pasta do ambiente, o Cônsul Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, começou por lembrar que “os oceanos ocupam 71% da superfície da Terra”, e como tal, “não há forma de haver acção climática sem haver acção nos oceanos”. Referindo-se às formas como o mundo tem gerido este assunto à luz do acordo de Paris, destacou que dos países que procuram estabelecer resoluções para reduzir o impacto ambiental, dois terços destes vão precisar de apoios externos para alcançarem estes objectivos. “Estes apoios não podem apenas ser responsabilidade dos Estados, também têm de vir principalmente de actores económicos privados”, argumentou. “Fundos, bancos de investimentos, companhias, laboratórios privados, fundações, todos têm de colaborar para que consigamos ter uma acção no oceano séria”. Defendendo que o oceano é uma oportunidade económica que deve ser aproveitada, Alexandre Leitão recordou o “tesouro imenso que é o mar” português, um tesouro que não pode ser retirado de onde está. “Está lá e sempre estará lá, por isso se há dinheiro lá, temos de tirar proveito dele. Daí a importância extrema do papel do Fórum Oceano”, vincou.


Começando por elogiar Macau, “uma área muita dinâmica e onde se pode encontrar muitas oportunidades através da Economia Azul”, Ruben Eiras, secretário-geral do Fórum Oceano, durante a sua apresentação quis esclarecer quais os propósitos da organização sem fins lucrativos que gere o cluster do mar português. Lançando o tema da economia azul “ESG” em Portugal, uma economia que seja sustentável e aliada ao governo, Ruben Eiras disse que estas “não são apenas palavras bonitas”, são acções concretas. Esclareceu ainda que o Fórum Oceano foi criado pelo governo português para desenvolver a indústria do mar em Portugal, representando o país em fóruns da União Europeia, e com acesso a fundos europeus para desenvolver projectos colectivos. A ideia é fomentar inovações na direcção da sustentabilidade e das indústrias azuis. “Queremos criar oportunidades de encontros de negócios entre os accionários de todas as áreas da economia, e catalisar iniciativas”, explicou Ruben Eiras. Depois da palestra, um protocolo foi assinado entre a CCILC e o Fórum Oceano, seguindo-se posteriormente um “cocktail” de parcerias de negócios entre empresas chinesas e portuguesas que decorreu na sala Sicily do Venetian.