Macau é porta para empresas lusófonas entrarem no mercado chinês, dizem responsáveis do sector

Tempo de liberação:2023-10-24
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Macau, pela sua ligação da longa história com Portugal e pela sua vantagem linguística e cultural, pode ser um local ideal para as empresas dos países lusófonos expandirem o seu negócio e entrarem no mercado da China, consideram os representantes do sector económico e comercial dos países de língua portuguesa.


Nelma Fernandes, presidente da Confederação Empresarial da CPLP, disse que as empresas lusófonas vêem “com muitos bons olhos” a cooperação empresarial entre a RAEM, o interior da China e os países de língua portuguesa.


“A colaboração através de Macau com as empresas da China é muito importante” afirmou, ao PONTO FINAL, na 1.ª Exposição Económica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (Macau). “Procuramos novos locais para expandir a nível empresarial, e é extremamente importante esse mercado da China, de Macau. A relação com Macau já é de muitos anos atrás, pela via da própria língua portuguesa”, apontou.


Por sua vez, Elias Medeiros, gestor de projecto do Invest Madeira do Governo Regional da Madeira, sublinhou que o arquipélago, que tem uma grande produção de vinho e flores, espera procurar novas oportunidades para investimento recíproco entre Macau, o Continente e a Madeira, onde se destaca com a sua baixa fiscalidade.


“Pelas relações históricas que nós temos entre Portugal com a China e Macau, Macau poderá ser a porta de entrada neste grande mercado do Sudoeste Asiático, que é a China”, observou.


A Kleya, empresa portuguesa que presta serviço de Golden Visa e turismo de saúde em Portugal, partilha a mesma visão. O gerente-executivo do grupo, Ângelo Guerra Vilela, disse que o objectivo de marcar presença nesta exposição em Macau é de procurar potenciais clientes chineses, uma vez que o evento de grande escala este ano pode juntar interessados de produtos e serviços portugueses.


Já o secretário de Estado da Economia de Portugal, Pedro Cilínio, assinalou a importância da 1.ª C-PLPEX onde os investidores podem estar em contacto com novas oportunidades para a concretização de negócios entre os países de língua portuguesa e a China, usando Macau como plataforma.


Pedro Cilínio realçou que a proximidade cultural que Macau tem com Portugal deve ser vista “não apenas como uma herança do passado”, mas com “um potencial para investirmos no futuro dos negócios portugueses”.


Quanto ao papel da RAEM enquanto Plataforma Sino-Lusófona, a Secretária de Estado do Plano e Integração Regional da Guiné-Bissau, Mussubá Canté, mostrou-se bastante optimista ao seu desenvolvimento futuro, considerando que a 1.ª C-PLPEX ofereceu “uma oportunidade para diversificar os mercados de exportação de bens e serviços” e criou “maiores sinergias nas relações económicas e comerciais entre o Interior da China, a RAEM e os Países de Língua Portuguesa”.